segunda-feira, 19 de maio de 2014

Os cientistas e os cépticos

A ciência avança pela acção dos cientistas. A actividade dos cientistas concentra-se nas questões a resolver e naquilo que querem descobrir. Raramente têm tempo para andar a desmontar ideias bizarras ou simplesmente erradas que não encaixam em nada do que se sabe sobre o mundo ou que já foram definitivamente falsificadas [1].

Há, no entanto, um movimento que tem muita importância para a cultura científica, composto por cientistas e por muitos não cientistas, e que se dedica a essa actividade de análise das ideias erradas: estou a falar do movimento céptico.

É um movimento que se dedica a proteger (digamos assim) as fronteiras da ciência, ou seja, a estudar todas as actividades que se dizem científicas e, na realidade, não o são. É também um movimento que se dedica a estudar ideias irracionais que se mantêm, apesar de terem sido abandonadas pela ciência (ou ignoradas, por não terem, literalmente, ponta por onde pegar).

No fundo, se quiserem, são uma espécie de Ministério de Defesa da ciência, tentando protegê-la de quem pretende imitar a linguagem científica sem ter, no entanto, qualquer conteúdo científico (a astrologia, por exemplo) ou de quem anda a divulgar ideias sobre o mundo e a natureza sem preocupações mínimas em validar o que está a dizer (os espíritas, os homeopatas, e por aí fora).

O movimento céptico também costuma atacar de forma feroz as diversas teorias da conspiração. Têm aqui uma boa análise desse fenómeno no blog Que Treta!, concentrado-se na teoria da conspiração da moda em Portugal: os chemtrails.

Já agora, quem estiver interessado, pode consultar o site da mais famosa comunidade céptica portuguesa, a ComCept: www.comcept.org. A nível internacional, temos a Fundação James Randi. São apenas dois exemplos.

[1] Digo "definitivamente" sabendo que, em ciência, nada há de definitivo. Mas é o que temos de mais parecido com isso: se eu disser que sabemos, definitivamente, que a Terra anda à volta do Sol, julgo que ninguém terá dificuldades em aceitar o uso de tal palavra, mesmo que, filosoficamente falando, a certeza nunca seja absoluta.

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